1.
Por que fazer terapia?
Às vezes, despertado por uma séries de razões subjetivas, não nos reconhecemos em nossa própria pele nem na nossa própria vida que levamos e daí vem a necessidade de ser ouvido e com isso de escutar a si mesmo, redesenhando e reeditando nossa própria narrativa sobre nossa história podemos vislumbrar com mais clareza onde e como queremos chegar, assim como nossos projetos de vida.
Essa escuta, não é qualquer escuta mas sim a de um profissional qualificado, que irá ouvir com neutralidade e embasamento clínico teórico.
A NECESSIDADE DE ESCUTAR O EXPATRIADO
Vivemos em tempos ambíguos e em constantes velozes mutações, a cada dia que passa percebe-se um aumento nos deslocamentos geográficos, que por diversas razões, acabam fazendo parte não apenas dos noticiários mas também eventualmente de nossas vidas.
Uma oportunidade de emprego ou um sonho antigo de morar no exterior, cada um terá o seu motivo particular para a saída de sua terra natal, essa saída voluntária ou não, planejada ou repentina, trará questionamentos acerca de si mesmo, de seu lugar no mundo, sua identidade, medos e capacidades.
E é aí que se faz necessário o acompanhamento psicológico do expatriado, ouvindo o antes, o durante e o depois de seu percurso numa terra estrangeira.
Muitas vezes Freud comparou a psicanálise a uma viagem, a qual embarcamos a fim de revisitar o passado, nos interrogando sobre o presente e tentando formatar algo no futuro. Peça por peça desse grande quebra-cabeça que é a vida e que a cada sessão procura-se achar o seu lugar.
"Com seus altos e baixos, imagine nossa vida como uma breve passagem por um circuito de montanhas- russas.
Quem atravessasse a experiência anestesiado, sem gritos, pavor e risos, teria jogado fora o dinheiro do bilhete.
Tenho a ambição, ao contrário, de ajudar meus pacientes a viver de tal forma que, chegando o fim, eles possam dizer-se que a corrida foi boa".
Contardo Calligaris
